quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Ser Poeta, segundo Florbela Espanca



Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendos
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e cetim…
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente…
É seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

(Florbela Espanca, «Charneca em Flor», in «Poesia Completa»)

5 comentários:

FLAMES (Mariana e Roberta) disse...

Flor Bela Espanca...lindo! :)

OutrosEncantos disse...

http://youtu.be/VJaNP_jzHRk

uma saudade.
um beijo.

paulinho disse...

Obrigado pela visita. Sei que estou bastante atrasado, mas ainda bem que vi e descobri seu blog.

Abraço,
Paulinho.

Miguel Pestana disse...

Foi uma bela flor, a Espanca, sem dúvida!!

Gostei da sua visita OutrosEncantos, embora andes afastada ultimamente..

Paulinho mais vale tarde do que nunca! he hee

OutrosEncantos disse...

.)vim deixar beijinho
obrigada pelo mimo, Miguel :)
só reparei agora.