quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Reedições de «Os Maias» e «A Ilustre Casa de Ramires», de Eça de Queiroz

Amanhã chega às livrarias, sob a chancela da Livros do Brasil, uma nova edição de A Ilustre Casa de Ramires.
Esta história da Casa de Ramires que levou sete anos a transformar-se no romance A Ilustre Casa de Ramires teve uma longa gestação, de que ficaram marcas entre os papéis do escritor: longas listas de vocabulário medieval relativo ao vestuário, a utensílios, pormenores de castelos medievais, e esta curiosa carta ao conde de Arnoso, datada de 20 de Julho de 1899, em Paris:
«Eu escrevo-te, ao acaso, para S. Domingos à Lapa, porque segundo vejo nos jornais, como pirilampo em tarde de Estio, ora luzes aqui, ora além. Ainda estarás em Pindela, na boa castelania? Já estarás em Cascais? Entre essas correrias, quando parares em Lisboa, gostava que mandasses encaixotar e remeter-me esses grossos livros que deviam vir com as famosas cadeiras do Guimarães. Ora é inútil esperar mais por essas cadeiras. Assentos do tempo de D. João V, há já quatro ou cinco meses que estão a caminho de tua casa. E têm, segundo creio, quatro pernas! Portanto, naturalmente, com saudades do seu tempo voltaram para trás, para D. João V...

Os Maias, a partir de 23 de Setembro, passa a constar do catálogo da Guerra e Paz Editores.
«A casa que os Maias vieram habitar em Lisboa, no Outono de 1875, era conhecida na vizinhança da Rua de S. Francisco de Paula, e em todo o bairro das Janelas Verdes, pela casa do Ramalhete…» Este é, provavelmente, o arranque mais conhecido e reconhecido de qualquer romance português. Os Maias, a mais importante obra de Eça de Queiroz, é primeiro livro de uma nova colecção de clássicos da Literatura que a Guerra e Paz se orgulha de inaugurar.
Esta nova aposta da Guerra e Paz está ainda enriquecida com posfácio do bisneto de Eça, António Eça de Queiroz: «A meu ver, em Os Maias o seu autor consegue a façanha de construir um espantoso edifício literário e, em simultâneo, um mecanismo de sublimação do seu maior drama existencial. Estes são os meus Maias».

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