quarta-feira, 27 de julho de 2016

Três novas publicações de autores nacionais


Fredo
de Ricardo Fonseca Mota

Texto sinóptico
Galardoada com o Prémio Literá­rio Revelação Agustina Bessa‑Luís 2015, instituído pela Estoril‑Sol, esta é uma obra de relações, com as pala­vras, as emoções, os outros, o mun­do. É um livro que cruza vidas apa­rentemente longínquas — a de um jovem do interior (Adolfo Maria) que se muda para Lisboa à procura de um lugar que lhe satisfaça o sonho, e o de um velho (Fredo) que teve qua­tro famílias e morreu sozinho — apa­rentemente contrárias, mas ao mes­mo tempo ligadas pela descoberta de si, de ambos. De um lado a apren­dizagem da vida, do outro, a de como se despedir dela. É ainda um elogio aos heróis que nunca foram canta­dos, aos amores sem testemunho, às mortes solitárias. Uma escrita tão sóbria quanto elegante, que faz com que os olhos se prendam às letras, com o encanto da descoberta de um pedaço de prosa que dá gosto. Para ler sem reservas.

Fredo conta a história de Adolfo Maria, um jovem do interior que se muda para Lisboa à procura de um lugar para ser diferente, e a história de Fredo, um homem que teve quatro famílias e morreu sozinho. Dois mundos que se tocam, duas histórias em contramão.

É um elogio aos heróis que nunca foram cantados, aos amores sem testemunho, às mortes solitárias.



A Mensagem de Fátima na União Soviética-Rússia
de José Milhazes

Texto sinóptico
Em 2017, a Humanidade vai celebrar o centenário de dois dos mais importantes acontecimentos do século XX: as aparições de Fátima em Portugal (em maio) e a revolução comunista na Rússia (em novembro). Dois eventos que ocorreram em lados opostos do Continente europeu, mas que rapidamente se transformaram em fenómenos universais, pois as mensagens ideológicas que traziam dentro de si rapidamente se alastraram aos cantos mais remotos do planeta. Acontecimentos situados em polos ideológicos e filosóficos contrários, deram origem a forças que acabariam por se cruzar e se envolver num combate de vida ou de morte no turbilhão que constituiu o século XX. Através de uma investigação que desenvolveu junto dos arquivos da ex-União Soviética, José Milhazes, historiador e um dos mais reconhecidos jornalistas portugueses, com acesso informação privilegiada no que diz respeito à história da ex-União Soviética, recupera nesta obra os pontos que ligam estes dois momentos, tornando públicos documentos completamente inéditos.




Por Mão Própria
de Luís Carmelo

Texto sinóptico
Confessa o protagonista do novo romance de Luís Carmelo, Por Mão Própria, que atravessou o inferno de um lado ao outro. Perdeu a irmã, a namorada, os pais, a madrasta, o cão, o patrão, a livreira, a psiquiatra e a mulher do seu melhor amigo que apareceu, um dia, deitada na linha do caminho-de-ferro.
Para agravar as coisas, escutava dentro dos ouvidos uma gritaria de crianças que parecia querer humilha-lo.
Talvez por ser designer, encontrou o sentido da vida, primeiro no umbigo de uma chinesa e, depois, no magnífico sinal de uma rececionista (que era um jardim circular feito de melanina para onde apetecia saltar e ficar a viver para sempre). Enfim, um pesadelo devorado entre a solidão das ruas e o afã apocalíptico das multidões. Seja como for, um pesadelo sonhado num sótão onde a graça e a ingenuidade do mundo terão, de algum modo, excedido o terror e o abysmo.

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