sábado, 18 de agosto de 2012

Filme: As Flores da Guerra (Jin líng shí san chai) 2011

Trailer

«A música é o meio mais poderoso do que qualquer outro porque o ritmo e a harmonia têm sua sede na alma.» Esta frase é de Platão. E o que ela tem a ver com o filme? Resposta: muito. 
Começo por falar no impressionante talento musical do violinista Joshua Bell – autor da banda sonora do filme O Violino Vermelho, de 1998 –, entre outros músicos, neste As Flores da Guerra. Ao longo de todo o filme os sons de violinos fazem eco e adornam toda a acção dramática, que tem este filme chinês. 
Muitos filmes, em si só, são fracassos autênticos (o que não é este o caso), mas ganham mais fidelidade por por detrás deles surgir música, uma boa música, que não necessita de ser cantada. Um piano, uma flauta, um violoncelo, etc., são instrumentos que fazem a diferença e é por isso que cada vez mais as produções cinéfilas apostam em ter uma trilha sonora minimamente razoável. 

A minha primeira impressão é esta, sobre o filme – e que deve em muito devido ao meu bom ouvido, qual fiel melómano que sou. 
Para terminar a abordagem sobre o papel da música neste filme, saliento que um violino “físico”/ “visual” (não só audível) também faz parte deste filme, que tem como pano de fundo e de acção o Massacre de Nanquim (Nanjing, em chinês), quando esta cidade foi ocupada exército japonês e onde foi cometido numerosas atrocidades humanas (durante 6 semanas), em 1937. 

Como força motriz de toda a história temos dois grupos de personagens femininas: 12 estudantes de um convento e 14 prostitutas chinesas. As primeiras são obrigadas a dar guarida às segundas (em fuga por causa da guerra iminente). A priori, as promíscuas mulheres são alvo do preconceito natural por parte das adolescentes, mas o que estas não sabem, é que o grupo das 14, muito poderão fazer por elas. É este a principal “atracção” deste filme: o contraste entre este dois grupos e o processo – em tempos de guerra - de desmistificação de tabus.
Neste filme, a personagem do agente funerário americano John é protagonizada pelo actor Christian Bale (vencedor do prémio de melhor actor secundário, nos últimos Oscares). Este personagem é fundamental no decorrer de toda a história, pois tem a responsabilidade de proteger os dois grupos tão díspares.
A partir da segunda metade do filme o tom dramático e emotivo é acrescido, visto alguns dos personagens revelarem os seus passados dolorosos. Tiros, esfaqueamentos, incêndios, destruição, sangue: tudo é visível durante a exibição do filme. As cenas em slow são belas de se ver, mesmo quando estas são tristes. O excelente trabalho de fotografia é um dos maiores prós do filme, como podem ver. Um espanto.


Um dos melhores filmes que já assisti, que é já considerado o mais caro filme chinês de sempre.
A acrescentar que o filme foi baseado no romance The 13 Women of Nanjing, de Geling Yan, uma das mais aclamadas escritoras chinesas. Em Portugal existe um livro publicado da escritora: A Filha Perdida da Felicidade, 2002, Edições Asa.

3 comentários:

redonda disse...

Vi o filme ontem à noite. Gostei.

macy disse...

Miguel já viste o filme O Império do Sol? Foca a mesma época, também como Christiamn Bale mas no inicio de carreira e também com um a excelente banda sonora? É sublime.
Este quero ver sem dúvida, depois de ler a tua opinião!
Teresa Carvalho

Miguel Pestana disse...

Não vi esse filme, Teresa.
Vou tentar encontrar o dvd na fnac.
também fiquei com curiosidade :-)