sábado, 7 de janeiro de 2017

«O Cheiro da Anoneira», o primeiro romance de Luz Marina Kratt

A Oxalá Editora publicou recentemente o primeiro livro de Luz Marina Kratt, autora nascida da ilha da Madeira. O Cheiro da Anoneira, obra apresentada por Gonçalo Nuno dos Santos e José Manuel Rodrigues no Salão Nobre da Câmara Municipal do Funchal no passado dia 21 de Dezembro, é um romance com reminiscências biográficas carregado de mistério e magia, que tem como pano de fundo a pequena localidade do Paul do Mar, localizada no norte da ilha madeirense.
A autora, actualmente a residir na Alemanha, encontra-se já a trabalhar no segundo livro que está previsto ser dado à estampa no decorrer de 2017. Até lá, O Cheiro da Anoneira encontra-se à espera que leitores o descubram (pode ser adquirido on-line, aqui, ou em breve em algumas livrarias portuguesas).


Texto sinóptico
Quando o mundo que Rafaela havia construído para si e para a filha se desfaz como um castelo de areia, ela não se deixa abater pela derrota e pelo desespero.
O destino, consultado numa mesa de tarot, diz-lhe que o futuro fica no lugar da infância.
Ele abre, então, a porta desse mundo esquecido. Como quem folheia um álbum de fotografias, recorda a velha quinta onde nasceu, a aldeia de casinhas brancas, os barcos coloridos varados no cais.
Os homens a jogar à bisca debaixo de palmeiras queimadas pelo sol. As mulheres a bordar à sombra da montanha a pique. E aquele mar azul fundo, que em noites de tempestade se atira à vila em ondas brancas de raiva e espuma.
Perdida, procura no passado a rota que uma carta de tarot lhe aponta como uma seta numa cruz de caminho.

O Cheiro da Anoneira é um romance pungente e também humorístico, salpicado aqui e ali de cenas hilariantes, protagonizadas por alguns habitantes da aldeia. Mas é sobretudo um romance carregado de mistério e magia, que revela uma faceta oculta, onde dimensões paralelas se cruzam.
Rafaela vive na fronteira entre o mundo que conhecemos e um mundo que pressentimos e que, de alguma forma, receamos.
Espiritismo, vidência e contactos com o paranormal são uma constante nesta obra, que não pretende revelar nada de novo. Apenas tocar uma realidade que, quer queiramos quer não, irá marcar decisivamente este novo milénio.

A autora
Desde cedo, Marina Luz Kratt viveu fora dos horizontes da ilha que a viu nascer. A emigração tem tradição e registo de gerações no seu álbum de família. A sina repete-se como um sinal de nascença, que se traz marcado na pele.
Marina passou assim longos anos entre a Inglaterra, a terra do pai, e a Austrália, país que a marcou profundamente.
A ilha chamou-a sempre de volta e, durante largos anos, Marina trabalhou como jornalista no “Jornal da Madeira”, RDP e RTP Madeira.
As voltas do destino levam-na de novo a deixar a Madeira, vivendo agora no sul da Alemanha com a filha e o marido.
Ali, numa pequena cidade nas margens do Lago Konstance, entre a Suíça e a Áustria, comprou um velho museu, que restaurou e transformou em hotel rural, projeto que a mantém ocupada e em contato permanente com as comunidades de emigrantes portugueses naqueles países.
E como a escrita é um velho hábito que nunca abandonou, faz da língua de Camões a ponte que a ligará sempre a Portugal.

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